Hoje é dia de maldade.
Arde.
Fim de tarde.
Quase miragem.
Quase ninguém.
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Parecia tão perfeito.
Como beijo de cinema.
Congelados.
Que pára a cena.
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Som desligado
por causa da polícia.
eu e você parados
No meio da pista.
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Em
flagrante.
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Servi de assoalho
Pro seu agouro.
Seu apetite
Pendurei no pescoço.
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Assentamento esfolado.
Pra construir
Tem que primeiro limpar o terreno.
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Terreiro.
Ignorado.
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Ranger da cama.
Barulho de estaca.
É desculpa pra noite mal dormida.
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Como lidar
De vez em quando
Com sua partida.
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Se nessa ida
Quem morre na beira da praia
Sou eu.
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Póstumo
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dez | 2016
O que era mesmo que eu tava falando?
Ah!! os boatos da noite anterior.
Era a fruta do desejo.
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Fui presa fácil perto do corredor.
Virei tapume de construção.
Tapete aconchegante da sala de estar.
Alinhada sua figa na minha.
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Na imaginação era festa de são salvador.
Tsunami em alto mar.
Derretimento polar.
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Contradizendo idas e vindas da sua mão.
Manipulação do luar.
Esse em escorpião.
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Não tenho mais no que apostar.
É isso que temos pra hoje.
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Guardo retalhos do seu olhar.
Fragmentos do seu cheiro no ar.
O toque da respiração.
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Isso que nos pertence até então.
E nada mais.
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Mag | 2016
Sob as cabeças
Via láctea.
Conexão telepática.
Faz ligação entre
Eu e você.
Mag | 2016
Estilhaço é de aço
e bateu no portão.
Esse menino vira lata
Arruaça, ginga no meu coração.
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E eu aqui em choque.
É tanto estilhaço
E eu em choque com essa ocupação.
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Essa carne é lapidada
Golpeando amarração.
Vou entrando na quebrada
E fazendo a saudação.
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Sou linha de frente
Carrego toda essa gente
Nas costas.
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Mag | 2016
Você nem me conhece.
Como pode me amar assim?
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Não vê que reflete
Seu desejo em mim?
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Ás vezes amo
Chupo até o caroço.
Ás vezes nunca mais.
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Não desperdiço meu barato.
Na rua amarrei meu laço.
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Coloridas lantejoulas do meu bordado ofuscam sua ilusão.
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Perto ninguém é normal.
Longe me perco igual.
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Mag | 2016